Como todo mundo sabe, investir sem eira nem beira é uma ótima forma de se perder dinheiro. Por isso, muitas pessoas falam aquela velha frase: "Só vou investir quando tiver tempo para entender o que estou fazendo". E eu concordo com ela, apenas acho que muitas pessoas acabam utilizando isso como uma desculpa para nunca começar a investir de verdade.
Eu já venho há algum tempo estudando sobre os diversos tipos de investimento, lendo alguns livros interessante e comecei a mais ou menos um mês a investir. No início, fiz algumas besteiras, como comprar empresas "apenas porque conhecia de nome" ou se empolgar com uma alta pequena e vender as empresas assim que tivesse um pouco de lucro. Mas aprendi rápido, e decidi fundamentar um pouco mais minha carteira de investimentos, definindo com um pouco de clareza minha estratégia inicial de investimentos, que irei detalhar aqui, começando com minha alocação de ativos.
Alocação de recursos:
Esse é um ponto importante: definir aonde vai seu dinheiro, o quanto em cada investimento, de forma a ter uma carteira diversificada.
Para quem não sabe o que é diversificação ou porque a mesma é importante, podemos resumi-la como sendo "não colocar todos os ovos no mesmo cesto". Por exemplo, se você resolve investir todo seu dinheiro nas ações de uma empresa na bolsa e ela vai a falência, o que acontece com seu dinheiro? Some! (para uma análise mais profunda, leia o texto do Viver de renda. )
Não existe fórmula fixa, depende de muitos fatores, como sua capacidade de suportar o risco, o que você acredita que irá se passar com o mercado nos próximos anos, o quanto de liquidez você precisa, etc...
No meu caso, meu maior investimento é na bolsa de valores, principalmente porque acredito que existem várias empresas subvalorizadas que tendem a gerar um bom retorno a curto prazo. Decidi também investir um pouco em fundos imobiliários(falarei um pouco mais deles aqui) apenas para ver seu funcionamento e ter alguma forma de "renda fixa". Fora isso, um pouco de dinheiro na poupança para emergência, e um possível futuro investimento em títulos do tesouro direto.
Dentro do mercado de ações, defini a seguinte alocação:
Large Caps = 45%
Small Caps = 35%.
Fundos imobiliários = 15%
Empresas em situações especiais = 5%
Falando um pouco mais de cada uma das categorias:
Large Caps: é um termo usado para designar empresas com alta capitalização, alto valor de mercado e cujas ações tem boa liquidez (ou seja, são fáceis de serem vendidas). São aquelas empresas que todo mundo conhece, até mesmo sua avó, como Petrobrás, Vale do Rio doce, Ambev, entre outras.
Porque investir nestas empresas? Porque com a queda da bolsa, acredito que algumas delas estejam com valor de mercado muito abaixo do verdadeiro (ou seja, estão uma pechincha). Não se trata de achismo, mas de uma análise feita sobre a ótica da análise fundamentalistas (análise do balanço das empresas e de seus indicadores, tentando definir se a mesma está sub ou sobrevalorizada).
Small Caps: São empresas de pequeno porte, de baixa liquidez (não são tão negociadas quanto as large caps) e muitas vezes são empresas que você provavelmente ainda não ouviu falar (nada impede de você ser um leitor informado). Alguns exemplos seriam Randon, Even, Marisol...
Porque investir em empresas desconhecidas se posso investir apenas em Large Caps, que são "empresas mais sólidas"? Porque estas empresas muitas vezes tem bons fundamentos, apresentam lucros constantes, mas justamente por não serem tão conhecidas do grande público, não são tão analisadas. A grandeza das Large Caps muitas vezes já está embutida em seu preço, enquanto uma empresa pequena que seja "descoberta" pelo mercado (o que se espera que se aconteça se for uma empresa de qualidade) pode gerar lucros consideravelmente maiores.
Fundos Imobiliários: Você já deve ter escutado que investir em imóveis é uma boa, porém precisa de um investimento inicial bastante pesado, além de não se ter nenhuma liquidez (tente vender algum prédio de alguns milhões para você ver). Os fundos imobiliários são como uma espécie de "vaquinha", onde um grande grupo de pessoas divide o preço do imóvel e os aluguéis gerados. Seria como se você comprasse uma parte do prédio, e recebesse todo mês aluguéis por essa parte. Parece bom não?
Uma vantagem desses investimentos é que você não paga IR, ou seja, lá se vai a mordida do leão, além de gerarem renda todo mês (o que é muito bom pra quem quer juntar dinheiro para se aposentar).
Empresas em situação especial: Estas são empresas mais complicadas. São aquelas que tiveram prejuízo ou uma redução muito grande nas margens de lucros nos últimos anos. Ou empresas novas, que ainda não conseguiram pagar seu investimento inicial e por isso afastam muitos investidores.
Mas pera aí? Comprar ações de empresas que estão rumo a falência? Calma, não é bem assim, a idéia é comprar ações de empresas que tiveram um ano ruim, mas que tem boa possibilidade de recuperação. Um exemplo seria alguma empresa que teve um prejuízo modesto ano passado, mas que vendeu parte dos seus passivos não operacionais e conseguiu então eliminar parte dos seus gastos. Ou empresas que foram influenciadas por alguma condição externa que não existe mais (proibição de exportação para algum país, altos preços de matéria prima, alguma multa recebida).
Mas porque investir em ações desse tipo? Porque essas ações em geral custam estupidamente baratas, e se uma dessas empresas se recuperar, é possível obter lucros na ordem dos 500%.
Importante: Essa é minha alocação planejada atual (não terminei de montar minha carteira por falta de recursos). Nada impede que ela não vá mudar, o que aliás é bem provável que vá acontecer conforme a bolsa suba e as ações fiquem mais caras frente ao fundos imobiliários ou títulos do governo.
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